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SERNIC apresenta suspeitos de burla e falsificação ligados a concursos públicos

Mumbai

 

Maputo, 11 Jul (AIM) – O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) da Cidade de Maputo apresentou esta sexta-feira, quatro indivíduos suspeitos de integrarem uma rede criminosa de burla qualificada e falsificação de documentos, com alegada ligação à manipulação de concursos públicos em instituições do Estado.


Segundo o porta-voz do SERNIC, João Adriano, os suspeitos são acusados de forjar pareceres e documentos oficiais, passando-se por funcionários públicos ou representantes de instituições adjudicantes, com o objetivo de obter ganhos ilícitos junto de empresas participantes em concursos.


De acordo com o SERNIC, o grupo simulava decisões de adjudicação, aliciando empresas concorrentes com falsas promessas de contratos públicos em troca de pagamentos monetários. “Estamos perante indivíduos reincidentes, com três processos anteriores por crimes da mesma natureza”, revelou Adriano.


Os suspeitos seguiam anúncios de concursos e abordavam tanto representantes das empresas promotoras como das concorrentes, alegando ter influência sobre os resultados, utilizando documentos falsificados, extorquiam quantias elevadas sob pretexto de garantir a adjudicação.


João Adriano alertou para o impacto deste tipo de prática, considerando o caso de elevada gravidade social. “Trata-se de uma nova forma de burla, que acompanha os concursos públicos, analisa os participantes e explora vulnerabilidades institucionais e empresariais”, sublinhou.

O SERNIC afirma ainda que empresas que aceitaram pagar os valores exigidos poderão ser responsabilizadas por envolvimento em actos de corrupção.


Os quatro detidos negam qualquer envolvimento nos crimes e questionam a legalidade da sua detenção.


Em declarações à AIM, alegam ter sido levados sem mandado judicial, sem notificação formal e mantidos incomunicáveis durante vários dias. Relatam ainda ter sido intimidados, espancados e mantidos em locais clandestinos, incluindo um suposto espaço referido como “congelador”, localizado na zona de Chiango.


“Estava num bar com amigos quando fui abordado. Disseram: ‘Confessa lá’. Mas confessar o quê? Nunca fiz nada”, relatou um dos detidos. Outro afirma ter sido levado à força em frente à loja da esposa e levado para um local escuro. “Gritei por socorro. Depois, espancaram-me.”


Um terceiro diz que apenas entregou um envelope sem saber o conteúdo, e o quarto afirma não conhecer nenhum dos outros detidos, alegando ter sido confundido. “Estava à espera de alguém num bar quando fui levado. Achei que era um sequestro”, disse.


Os detidos afirmam que ainda não foram informados oficialmente sobre os processos, nem tiveram acesso a advogados ou contacto com familiares. Acusam as autoridades de os utilizarem como “bodes expiatórios” num processo mal instruído e pedem que o caso seja reavaliado.

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